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Título: Os determinantes sociais de saúde e o uso de agrotóxicos por produtores de hortaliças que atuam em feira do produtor rural em uma cidade na Amazônia brasileira
Autores: CORRÊA, Fabrício da Silva
Orientador: BEZERRA, Roberto Messias
Lattes do Orientador: http://lattes.cnpq.br/1515642850517082
Tipo de Documento: Dissertação
Citação: CORRÊA, Fabrício da Silva. Os determinantes sociais de saúde e o uso de agrotóxicos por produtores de hortaliças que atuam em feira do produtor rural em uma cidade na Amazônia brasileira. Orientador: Roberto Messias Bezerra. 2021. 88 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) – Departamento de Pós-Graduação, Universidade Federal do Amapá, Macapá, 2021. Disponível em: http://repositorio.unifap.br:80/jspui/handle/123456789/1810. Acesso em: .
Resumo: Os determinantes sociais da saúde segundo a OMS estão relacionados às condições em que uma pessoa vive e trabalha. Também podem ser considerados os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e fatores de risco à população, tais como moradia, alimentação, escolaridade, renda e emprego. Além disso, as condições e ambientes de trabalho podem ser envolto de uso de agrotóxicos que podem gerar intoxicação aguda manifestada por inúmeros sintomas. Por esse motivo, este estudo se propôs a caracterizar o ambiente e as condições de trabalho e os riscos inerentes à atividade laboral assim como descrever os determinantes sociais de saúde dos trabalhadores da agricultura familiar que atuam na feira do buritizal avaliando a prevalência de sintomas auto referidos e a razão de prevalência entre uso/não uso de agrotóxicos com sintomas auto referidos. Foi feito um estudo qualitativo e quantitativo do tipo descritivo e transversal com aplicação de formulário aos trabalhadores (n=36) para verificar os determinantes sociais de saúde, uso de agrotóxicos e a percepção de sintomas relacionados à intoxicação por defensivos agrícolas. As variáveis uso/não uso de agrotóxicos e sintomatologia referida foram submetidas a regressão de Poisson com variância robusta afim de identificar a razão de prevalência, sendo considerados resultados com significância estatística de α ≤ 0,05 e p<0,05 e intervalo de confiança de 95%. Além disso, foi feito visita na área de produção dos agricultores a fim de verificar distorções à segurança do trabalho que podem ser fator de risco para acidentes ou doenças do trabalho. A faixa etária média dos agricultores é de 47,72 anos. 50% são do sexo masculino e outros 50% do sexo feminino. 80,55% autodenominam-se pardos. 16,7% afirmam ser tabagistas, 52,8% etilistas e 52,8% afirmam não ter nenhuma atividade de lazer. 41,7% é de pessoas que estudaram 4 anos ou menos. Referente à renda 63,88% vivem com menos de R$ 15,00 reais per capita por dia. 44,40% afirmam consultar de 6/6 meses com profissional de saúde, porém 52,88% acham que os serviços de saúde ofertados são muito ruins. 91,7% afirmam não ter água tratada pela companhia de abastecimento do Amapá e 100% não tem disponibilidade de tratamento de esgoto. Apenas 36,1% têm coleta regular de lixo e 38,9% das habitações são em alvenaria. 63,9% afirmam fazer o uso de algum tipo de agrotóxico. 83,3% acham que o uso desses produtos pode ser prejudicial à saúde. 72,2% afirmaram ter dor de cabeça; 66,7% esquecimento; 63,9% vertigem/tontura; 61,1% câimbras, 61,1% visão turva; 55,6% ardência nos olhos e 55,6% irritabilidade. Não houve correlações estatisticamente significativas entre o uso de agrotóxico e sintomas de intoxicação aguda considerando o valor de p <0,05 e intervalo de confiança de 95%. Referente às condições de trabalho e ambiente de trabalho foi identificado exposição de trabalhadores a riscos físicos (calor) sem uso de EPI, químicos (agrotóxicos), ergonômicos e de organização de trabalho. Os resultados demonstram que é elevado o uso de agrotóxico e há uma prevalência elevada de sintomas entre os agricultores; esses não foram estatisticamente significativos com a variável uso/não de agrotóxico, porém podem estar atrelados ao ambiente de trabalho que apresenta inúmeros fatores de risco para acidentes e adoecimento além dos DSS que impactam de maneira que há um desequilíbrio no processo saúde doença.
Abstract: The social determinants of health according to the WHO are related to the conditions in which a person lives and works. Social, economic, cultural, ethnic/racial, psychological and behavioral factors that influence the occurrence of health problems and risk factors for the population, such as housing, food, education, income and employment, can also be considered. In addition to the working conditions and environments, which are often involved in the use of pesticides, which can generate acute intoxication manifested by numerous symptoms. For this reason, this study aimed to characterize the environment and working conditions and the risks inherent in the labor activity, as well as describe the social determinants of health of family farm workers who work at the buritizal fair, evaluating the prevalence of self-reported symptoms and the reason for prevalence between use/non-use of pesticides with self-reported symptoms. A qualitative and quantitative descriptive and cross-sectional study was carried out with application of a form to workers (n=36) to verify social determinants of health, use of pesticides and the perception of symptoms related to pesticide poisoning. The variables use/non-use of pesticides and reported symptoms were submitted to Poisson regression with robust variance in order to identify the prevalence ratio, considering results with statistical significance of α ≤ 0.05 and p<0.05 and confidence interval of 95%. In addition, a visit was made to the farmers' production area in order to verify distortions to work safety that could be a risk factor for accidents or work-related illnesses. The average age of farmers is 47.72 years. 50% are male and another 50% female. 80.55% call themselves brown. 16.7% claim to be smokers, 52.8% drinkers and 52.8% claim to have no leisure activity. 41.7% are people who studied 4 years or less. Regarding income, 63.88% live on less than R$ 15.00 per capita per day. 44.40% claim to have a 6/6 month visit with a health professional, but 52.88% think that the health services offered are very bad. 91.7% say they do not have treated water by the Amapá supply company and 100% do not have sewage treatment available. Only 36.1% have regular garbage collection and 38.9% of the houses are in masonry. 63.9% claim to use some type of pesticide. 83.3% think that the use of these products can be harmful to health. 72.2% reported having a headache; 66.7% forgetfulness; 63.9% vertigo/dizziness; 61.1% cramps, 61.1% blurred vision; 55.6% burning eyes and 55.6% irritability. There were no statistically significant correlations between the use of pesticides and symptoms of acute intoxication considering the p value <0.05 and 95% confidence interval. Regarding working conditions and work environment, exposure of workers to physical risks (heat) without the use of PPE, chemicals (pesticides), ergonomic and work organization risks was identified. The results show that the use of pesticides is high and there is a high prevalence of symptoms among farmers; these were not statistically significant with the variable use/not of pesticides, but they may be linked to the work environment that has numerous risk factors for accidents and illness, in addition to the SDH that impact so that there is an imbalance in the health-disease process.
Palavras-chave: Agricultura familiar - Macapá (AP)
Agrotóxicos
Trabalhadores rurais
Área do conhecimento: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::FARMACOLOGIA::TOXICOLOGIA
Editor: UNIFAP - Universidade Federal do Amapá
País da Instituição: Brasil
Fonte do Documento: Via SIPAC
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde - PPGCS

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